O mês mais escuro...

 

Comecei este post em 07/08/2023, nunca consegui escrever nem a primeira palavra deste texto... Tenho vagas lembranças que na hora que decidi escolher a ilustração, o texto estava bem vívido em minha mente, hoje não sei explicar se teria sido bom ou não escrever naquela noite. Estava na escuridão, perdido em diversos pensamentos ruins, confabulando com a morte, imaginando um futuro, talvez, melhor.

Sentia tanta dor nesse mês que estava cada vez mais difícil mentir a cada dia que precisava falar com pessoas. A máscara funcionava bem com quase todo mundo, menos com você. A escuridão no meu olhar era nítida pra você, cada vez que comentava que algo nos meus olhos diziam que não estava bem, era uma pontada que sentia no peito, não como se fosse uma facada, era um aperto, era uma dor que não passava mais, era uma dor que carregava junto de minha escuridão a cada dia do mês mais longo do ano...

Tão perto, tão distante...

Sinto tanta vontade de ter mais tempo com você, de ser mais presente em sua vida, de poder fazer mais... Fico feliz todas as manhãs quando te encontro, o bom dia, os sorrisos, os abraços... Ah, se pudesse passaria noite e dia do teu lado, não deixaria escapar um segundo sequer...

Estamos tão perto e tão distantes ao mesmo tempo que às vezes queria simplesmente largar tudo e ficar do teu lado, só conversando, rindo, brincando, contando piadas, zoando com tudo que brincamos quando conversamos, mesmo que isso nos mande diretamente para o inferno.

Apenas um momento.

 

Desde 2017 sem escrever um texto desse tipo, sinceramente, não achei que um dia voltaria a escrever algo nesse gênero.

Mas, eu conheci você, no meio de tanto caos, tanto estresse, conheci você. Alguém que encanta as pessoas apenas com o olhar singelo, sincero e aparentemente inocente. Um olhar que te cativa a alma, que te faz pensar que o mundo pode ser melhor e que a vida não precisa ser apenas turbulência...

Nas nossas primeiras conversas, te senti acuada, com o pé atrás, imaginei que fossem as histórias, a fama ruim que circula como uma aura negra. Mas, mesmo assim, você sempre sorridente, sempre simpática, sempre conversou numa boa comigo. Eram conversas, no meu ponto de vista, inocentes, e desde o início delas me encantava mais e mais por você. Não de um jeito "te desejo", mas sim um carinho diferente, algo que não havia sentido antes, algo que nem esperava que pudesse tornar-se algo a mais.

Nunca esquecerei todas as vezes que me emprestou teu ombro amigo para um choro desmerecido. Todos os abraços reconfortantes mas que colocavam minhas lágrimas para fora. Você tirava um peso que não tinha noção, você fazia um bem de uma forma inimaginável, talvez nem fizesse ideia do quanto me fazia bem, na realidade, nem eu mesmo fazia ideia, não fazia nem ideia do que estava vivendo aquela época.