Ato II - O jantar.
Achei que nunca mais me apaixonaria, que talvez fosse melhor assim pois o sofrimento mútuo nunca é algo muito agradável. Mas seu sorriso me encantou e sua pequena faz sentir-me pai. Seus encantos conseguiram me fazer passar boas horas em frente a tv, sentado com sua filha e sua gata assistindo desenhos que jamais imaginaria. Ah, como tudo isso seria bom se o fim não fosse tão certo.
Jantar às 21h30, cheguei mais cedo como sempre fiz em todos os compromissos da vida, fiquei esperando os 30 minutos que faltavam antes de te avisar que estava ali. Acendi um cigarro enquanto ouvia um pouco de blues, contemplava a bela noite iluminada por uma lua cheia que deixava o ar com um certo tom de romantismo.
21h30, enviei um mensagem avisando que estava em sua porta. Você respondeu que já estava saindo, imaginei que haveria um atraso de pelo menos 15 minutos. Exatamente às 21h45 você saiu, abriu um sorriso que iluminou mais ainda aquela noite tão bela. Saí do carro, dei um beijo em seu rosto, você sorriu, abri a porta para você e em seguida tomei a direção. Você pediu desculpas pelo atraso, te contei que normalmente ficaria irritado por conta disso, mas que não conseguia me irritar com nada que faz.
Fomos até um restaurante no centro, bem perto de sua casa, fiz isso pensando em qualquer emergência que pudesse ocorrer com sua filha. O restaurante estava cheio, ficamos aguardando em uma pequena mesa do lado de fora enquanto diversos outros casais faziam o mesmo. Você me pediu um cigarro porque tinha esquecido, puxei dois cigarros e você me disse para acender apenas um para dividirmos. Quase fiquei sem ação e você tomou um deles e acendeu enquanto eu guardava o outro. Esbocei um leve sorriso enquanto te olhava dando um trago, você olhou e perguntou o que foi. Comentei que achei bonito o modo como você fuma, que não dá tragos longos e que não faz suas bochechas virarem duas covas rasas para tragar.
Você começou a rir e não conseguia parar. Depois me perguntou como seria isso e assim que te mostrei, voltou a gargalhar, situação estranha mas engraçada. Perguntei como foi seu dia e você disse que foi bem estressante mas que havia deixado todo estresse no escritório. Contei sobre o meu dia e ficamos em silêncio por alguns instantes, talvez o suficiente para encararmos nossas bocas e mostrarmos desejo um pelo outro. Quando parti em direção de seu rosto, alguém chama nos fazendo perder o timing, era o garçom informando que nossa mesa estava pronta.
Pedi seu vinho preferido, brindamos e demos o primeiro gole com o olhar fixo um no outro. Você sorriu, perguntou no que estava pensando e te disse que em nada demais. Você mudou de assunto e comentou que ficou triste com a interrupção do garçom naquele momento tão importante. Sorri para você e disse que teríamos outros momentos como aquele. Você sorriu, ficou em silêncio por alguns instantes e logo aproximou seu rosto do meu e nossos lábios se tocaram delicadamente. Você se afastou, sorriu e voltamos a conversar.
Jantamos, conversamos muito, demos muitas risadas e após o jantar, fomos até a praça em frente de sua casa. Caminhamos um pouco abraçados, admirando a lua, comentando sobre o restaurante, a comida e diversas outras coisas que conversamos durante o jantar. Você quis sentar um pouco, deitou sua cabeça em meu ombro e começou a dizer que não me convidaria para entrar por causa de sua filha. Disse que tudo, que seria melhor me apresentá-la quando sentisse que seria a hora certa. Você ficou feliz, gostou da forma que penso em relação a filhos e a ideia de poupá-la de ficar conhecendo qualquer homem com quem se envolve.
Te levei até a porta, conversamos mais alguns segundos, trocamos outro beijo, dessa vez mais envolvente. Novamente você sorriu mas dessa vez havia um brilho diferente em seu olhar. Nos beijamos mais um vez e nos despedimos. Disse que te ligaria amanhã para marcarmos outro encontro maravilhoso como esse.
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