Desencontro.
Ela estava esperando o grande momento, o encontro, finalmente chegara o dia em que iriam se conhecer. Ele estava correndo desesperadamente com sua moto para tentar minimizar o seu atraso. Ela olhava para um lado, para o outro, para o relógio e puxou novamente o celular na vã esperança de encontrar um sms. Ele não pensou em enviar um sms, na correria de tentar chegar no horário nem sequer pensou em mandar um simples aviso.
Ela começou a imaginar milhares de coisas, entre elas um acidente, um bolo, menos que ele poderia simplesmente ter se atrasado. Ele não conseguiu sair a tempo do trabalho, pensou que seria capaz de sair em seu horário normal mas uma complicação com um cliente o fez ficar 1h a mais. Ela estava começando a ficar triste, começou a imaginar que ele simplesmente deu o bolo, que não queria vê-la mas não teve coragem de dizer.
Primeiro encontro, eles marcaram para uma sexta-feira, dia em que muitas pessoas se enrolam no trabalho, trânsito ou com qualquer outra coisa do cotidiano. Não pensaram nas diversas possibilidades que poderiam ocorrer. Não lembro exatamente porque não quiseram marcar para o sábado, afinal de contas, nenhum dos dois trabalha neste dia e poderiam marcar um encontro tranquilo. Talvez a ansiedade tenha tomado conta de ambos, que já não viam a hora para se conhecerem, nenhum dos dois pensaram nas impossibilidades.
Semáforo vermelho, ele furou e acabou por ser parado por uma viatura policial para tomar mais ainda seu tempo. Ela decide ligar para ele, o telefone toca mas o oficial que o deteve pediu que desligasse. Ele tentou argumentar que era algo importante, que fora esse o motivo dele ter furado o vermelho, mas o oficial não deu colher de chá. No momento em que ele desligou, ela ficou desesperada, talvez não fosse bem desespero o que sentiu, talvez tivesse sido apenas raiva.
Ela desistiu, resolveu ir embora, começou a caminhar em direção à estação de metrô mais próxima, nem tentou ligar uma segunda vez. Ele estava há uma quadra dali e não sabia que ela decidira partir por ter desligado. Ela ainda titubeou, ficou mais 5 minutos olhando para um lado e para o outro. Ele estava quase se livrando do oficial. Ela voltou a caminhar em direção ao metrô, sem olhar para trás, pensou que não se arrependeria se fosse embora.
Assim que os oficiais o liberaram, ele ligou desesperadamente. Ela não quis atender, apenas observou o celular tocar e tocar... Não sabia se atendia, se desligava e apenas deixou tocar enquanto via o nome dele piscando na tela. Ele deixou o celular no bolso ligando para ela, pegou sua moto e foi correndo para tentar encontrá-la. Chegando ao local combinado, não a encontrou. Olhou para um lado, olhou para o outro e nada.
Correu em direção do metrô, imaginou que ela poderia estar lá. Assim que chegou na entrada, não viu, mesmo assim ele não desistiu e decidiu descer as escadas. Não a encontrou na catraca, comprou um bilhete o mais rápido que pode e desceu correndo as escadas com uma falsa esperança. Olhou para a direita, olhou para esquerda e não a encontrou. Sentiu-se culpado pela sua partida, pensou que se tivesse atendido o celular, talvez ela ainda estaria a sua espera. Subiu as escadas desconsolado, saiu da estação e seguiu em direção de sua moto. De repente ele sente um leve toque no ombro, virou-se e levou um tapa na cara seguido de um sorriso e um beijo apaixonado.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPercebi que sou uma pessoa totalmente pessimista. Pensei que alguém morreria no final. rsrsrs
ResponderExcluirEu também pensei. rs rs rs
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