VLOG

Entregar ou não as soluções?

Cadeira vazia.

Um belo dia você encontra uma requisição para uma pequena correção rotineira, algo que deixou para ser feito sob demanda pois nem todos atualizam o sistema no mesmo tempo, então, a cada cliente onde era encontrado o problema, fazíamos a implementação nova. Essa requisição foi aberta no dia 31/10/2011, alguns dias depois, exatamente no dia 03/11/2011, fiz a pequena implementação. Esse é o tipo de implementação que nem exige grandes testes, basta abrir o sistema para comprovar se o problema foi ou não sanado.

Há pouco mais de duas semanas, encontraram o problema no cliente, nem me lembrava deste problema neste cliente. Primeiro começam cabeçadas sem sentido, como ocorreu o primeiro erro, por conta de uma customização, ocorreria um segundo erro que poderia ser ignorado pois a correção do primeiro "mataria" o segundo. Bom, não dá para esperar que essas coisas sejam compreendidas por um suporte como o que tenho. Vejo o povo procurando uma solução e começo a pensar onde é que querem chegar. Sem nem mesmo ter ouvido o problema desde o início, imaginei qual seria o caso, questiono para ter certeza e minhas suspeitas não eram incorretas.

Já dou a primeira bronca explicando que não é necessário levar em consideração o segundo erro e sempre ouço coisas como se realmente soubessem mas estavam ali tentando solucionar algo desnecessário. Começo a ficar irritado mas tento me conter e procuro encerrar a conversa explicando que deveria ser aberta uma requisição para sanar o primeiro erro; e que nesse processo o segundo sumiria. Ouço que já havia uma requisição e que fora concluída; logo explico que provavelmente não pediram uma nova instalação ou não instalaram essa nova versão no cliente. Nem me preocupo, sei que a coisa é simples e rápida de resolver.

Na semana seguinte, por um pequeno detalhe da vida, isso me veio a mente novamente e resolvo questionar. Verifico que não resolveram o problema no cliente ainda, penso em como isso é possível. Em 2 ou 3 minutos o coordenador do setor fez o teste e viu que a nova instalação existia, que tudo funcionava mas ninguém se preocupou em pedir o upload para enviar ao cliente. Interessante, no mesmo dia da correção, 07/11/2011, foi criada uma nova instalação para enviarem ao cliente e até o dia 13/02/2012, ninguém tinha enviado! Como assim? Que porra é essa? É legal deixar o cara trabalhar com um sistema que dá um erro logo que é aberto, afinal de contas, não custa nada clicar todos os dias no botão "ignore o erro idiota", sem vírgulas mesmo.

Na semana passada estava muito puto, qualquer coisa me tirava do sério e qualquer besteira que encontrava era motivo para brigar. Aí comentei que deixo várias coisas pequenas juntarem e quando surto as pessoas querem ficar "bravinhas"? Por mais que digam que não ficam bravo quando chego com os dois pés no peito, é notável a mudança de humor e a forma como respondem quando cobro as coisas de forma agressiva. Ainda tento compreender como querem que eu tenha calma quando algo como isso acontece. Alguém acha que isso é cabível? Deixar um cliente esperar por mais de três meses, uma pequena correção que não levou 5 minutos para ser implementado, é realmente aceitável para uma empresa?

Juro que gostaria de ser como a maioria, aconteceu, não tem volta, vamos sanar o problema no cliente e deixar que isso ocorra novamente. Essa última parte está sempre implícita, porque é esse o pensamento do povo, na verdade é um pouco pior, é aquela coisa básica de que o básico não existe. Não é básico para o povo enviar a solução para o cliente, não é básico ficarem atentos as soluções que vão saindo para entregarem o mais rápido possível ao cliente. E assim caminhamos todos os dias, com os mesmos problemas, solucionamos os casos mais cabeludos no software e não conseguimos solucionar um problema interno. Sei que é impossível mudar alguém mas se essas pessoas não mudam e continuam prejudicando diversos processos, vocês manteriam essas pessoas? Talvez se tivessem pensado nisso há diversos anos atrás, nem eu estaria aqui dentro ainda.

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