Pessoa: Você está brincando, não?
Eu: Por quê? Só porque sou o que sou, não posso falar de amor? Acha que não tenho sentimentos bons?
Pessoa: Não, é que esse seu jeito carrancudo não combina com um sentimento tão lindo?
Eu: Sentimento lindo? Como assim?
Pessoa: É, o amor é algo lindo, maravilhoso...
Eu: Maravilhoso e lindo quando está tudo bem. E quando não está?
Pessoa: É...
É tudo lindo maravilhoso quando tudo corre bem, nada estressa, nenhuma complicação financeira ou de qualquer outro gênero esteja incomodando. E também, quando nenhum dos dois estão em alguma maldita TPM, sim, homens também tem algo que podemos chamar de TPM, pelo menos do meu ponto de vista. Claro, a vida não é feita somente de alegrias, também existe a dor, o desapego, o estresse nosso de cada dia, entre outras coisas que prefiro nem mencionar.
Não que não seja possível contornar essas "pequenas" situações, mas são coisas que parecem mais brincadeiras de deus para colocar um casal a prova. Talvez seja uma brincadeira divina, alguns preferem chamar de obra do destino, eu prefiro chamar de coisa de seres humanos. Claro, todos temos nossos dias ruins, até mesmo certos períodos, mas isso não necessariamente coloca fim em um relacionamento. Mas que servem de combustível para aqueles que não sabem lidar com o parceiro(a).
Mas não é nesse quesito que gostaria de pegar, aliás, nem sei porque cheguei nesse assunto. Talvez, algumas lembranças de meus fracassos amorosos tenham me levado a um plano que há muito não pisava. Comecei a relembrar diversas coisas que passei em diversos relacionamentos, pensei nas coisas ruins e nas péssimas. Pela primeira vez na vida, consegui ignorar tudo que foi bom em meus relacionamentos. Algo que foi interessante, porque nunca consegui desvincular as coisas boas, quando colocadas na balança, na maioria dos casos, acabavam equilibradas e me faziam retornar para o início.
O fato é que, pensando em tudo que foi ruim e analisando friamente as coisas, talvez compreenda porque toda vez que penso em ter novamente um relacionamento, isso me cause certo desespero e me faça querer fugir para algum lugar distante. Não é mais medo de me relacionar, não é medo de ter que aturar coisas que não suporto e muito menos medo de me machucar. Ainda não descobri de fato o que ocorre, mas cheguei até e pensar em diversas coisas que conversei com minha psicóloga e não cheguei a conclusão alguma.
Como disse uma vez, prefiro permanecer "infeliz", algo que muitos não compreendem. O que chamo de infelicidade, é a máxima que a maioria dos reles mortais julgam como felicidade: ter alguém ao seu lado. Não que para ser feliz, seja necessário ter alguém, diria que talvez para completar um pouco mais sua felicidade, seja necessário ter alguém para compartilhar sua vida. Existe o lado bom, sim, claro. Mas também existe o lado ruim, como tudo na vida. O grande porém, é que quando não temos alguém em mente, quando não estamos apaixonados, não perdemos o senso que nos mantém com as ideias no lugar. Isso foi algo que conversei com uma amiga que tem o mesmo pensamento, e eu que sempre fora julgado por pensar dessa maneira.
Tomei uma decisão em 2007 que mantenho até hoje, se foi realmente a melhor decisão, não posso afirmar com toda certeza do mundo. Mas que isso me manteve focado nas coisas desde então, isso é fato. Só de não ter com quem me preocupar, com quem fazer coisas, com quem sair etc, me permitiu fazer diversas coisas que gostaria e que talvez não fizesse se me envolvesse com alguém. Nunca digo que estou feliz assim, mas também não digo que estou completamente infeliz. Tenho meus altos e baixos, tenho minhas crises existenciais de vez em quando, mas acredito que teria mesmo se tivesse alguém a meu lado. Se pensarmos em tudo que tenho, não em bens materiais mas em conquistas ao longo desses anos, posso dizer que estou feliz. Se pensar na família então, sou um homem praticamente realizado.
"Sabe quando dizem ‘você não pode viver sem amor’? Bem, oxigênio ainda é mais importante." House M.D.
Me fez pensar nos fatores ruins que tive dentro de um relacionamento e sem lembrar os fatores bons, começo a imaginar friamente o porquê de eu não querer qualquer relacionamento. Claro, que como acredito cegamente no destino eu sei que pode surpreender novamente com outra armadilha ou até mesmo com a mesma armadilha de tempos atrás. Até porque depois das minhas falhadas tentativas de controlar e barrar qualquer tipo de relação foi aniquilado naquele tempo, o que foi frustrante até eu aceitar o fato de estar envolvida com alguém...
ResponderExcluirTalvez se tudo fosse realmente perfeito, não daria certo, acabaria sendo perfeito demais. Afinal tudo em excesso...
Sua sensatez é tão admirável que eu não tiraria uma sequer palavra desse texto e olhando por esse lado é bom ver que alguém é tão maluco quanto eu por pensar dessa maneira...
Beijos.
Fiquei muito feliz com seu comentário e por compartilhar um pouco de você.
ResponderExcluirÉ muito legal ter alguém ao lado, é realmente maravilhoso, mas chega uma hora no meio da vida que acabamos desistindo de encontrar nossa "alma gêmea". Cruel é encontrar alguém com que se identifique muito mas a situação não seja recíproca, mas... Faz parte da vida.
Beijão
Eu tenho uma teoria sobre os relacionamentos, as taís "almas gêmeas" ou "grandes amores" são para ser idealizados e não vividos, pois sugam toda sua vida, a sua alma e o seu entendimento; os relacionamentos racionais e os de afinidade são os que dão certo porque não há uma gama de sentimentos para lidar quando há um desentendimento ou uma rusga comum.
ResponderExcluirSim, esse tipo de relacionamento são aqueles que normalmente vivemos na adolescência, na fase da vida onde não conseguimos pensar coerentemente.
ResponderExcluirTambém acredito que relacionamento mais racionais dão mais certo que qualquer outro.