E aquela, que em outrora pensei muito em beijar, desapareceu como fumaça no ar. Nem uma palavra, nem um gesto fora capaz de dar. Simplesmente tudo voltou ao início como sempre. A vida prosseguiu, com o mesmo marasmo de sempre, com a involuntariedade de sempre e com a incapacidade de me envolver com alguém.
Talvez, minha terapeuta estivesse correta, medo, simples e puro medo. De dividir as coisas? De esperar por algo e não receber? Não, medo do inesperado, medo da surpresa, medo daquilo que não posso controlar. Será mesmo medo?
Às vezes me pego, imaginando e transformando a vida em um conto de fadas, se talvez tivesse persistido um pouco mais, quem sabe não seria diferente? Infelizmente, não é possível prever o futuro e muito menos controlá-lo, talvez tenha sido melhor assim, talvez não. O que importa é que estou vivo, não saí ferido, não saí magoado, na realidade, não sei ao certo como me sinto, apenas sei que ainda respiro.
E novamente, fechado para o tempo, para as aventuras, mas pelo menos querendo conhecer novos sorrisos. Ouvir o que outros tem a dizer sobre a vida, é algo que realmente me agrada. Voltei a ler, a escrever, talvez aquele simples gesto não comentado, tenha mudado algo dentro de mim. Às vezes, consigo acreditar que as coisas não acontecem por acaso, que servem de início para uma nova história. Talvez, aquilo que não almejo hoje, pode repentinamente acontecer, talvez não, quem sabe? Ninguém, nunca saberemos o que acontecerá amanhã ou depois, a única certeza que tenho é que não posso esperar. Na realidade, não que não possa, simplesmente não quero, odeio esperar por qualquer coisa na vida. Continuo vivendo como antes, continuo nas mesmas batalhas, esperando uma mão amiga me tirar do meio dessa guerra e me mostrar que existe um mundo totalmente inexplorado por minha alma. Quem sabe, em outro beijo, outro sorriso ou outro olhar, não seja possível encontrar aquilo que tanto procurei por toda a vida?
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