Despertei, 7h e alguma coisa, atrasado, apertei o "soneca" diversas vezes essa manhã. Não, não foi culpa do frio, o que é razão para o atraso de diversas pessoas porque alguns dizem que é difícil levantar no frio. Para mim, normalmente é o contrário, no frio consigo dormir bem e levanto fácil, mas ultimamente não. Talvez seja o marasmo que inunda minha vida, vendo sempre mais do mesmo, vivendo cada dia como se fosse o mesmo.
Sim, claro, algumas coisas aconteceram, algumas coisas teoricamente mudaram, só teoricamente porque é como todos dizem: "Falar é fácil, fazer que é difícil". E isso anda me consumindo de certa maneira, fora outras coisas que me deixam um tanto quanto perdido em meio a diversas ideias e revoluções que gostaria de fazer.
Assim que cheguei ao escritório e peguei um café, senti algo diferente, na realidade, não diferente, mas estranho. Senti como se o café não tivesse gosto, senti um certo descontentamento e não porque o café estava ruim, porque isso nunca mudou nos 10 anos que estou ali. Talvez tenha sido isso que tenha me deixado desconfortado, o mesmo gosto, as mesmas caras, as mesmas coisas, o mesmo Yama, mais do mesmo. O mesmo me persegue há um certo tempo, claro que totalmente por minha culpa, se quisesse de fato mudar, teria feito algo para isso mas não fiz muitas coisas relevantes.
Decidi fumar um cigarro, quem sabe assim me animo um pouco para o dia que vinha pela frente. Tentei me iludir criando alguma atmosfera, talvez, na realidade, novamente mais do mesmo, simplesmente aquele mesmo ato de todos os dias, me sinto como se estivesse encenando uma peça de teatro. Aliás, em diversos momentos sinto como se estivesse em meio a uma cena e que logo a peça chegará ao seu fim, mas nada muda ou chega ao fim de fato.
Peguei outro café, talvez pelo hábito que criei, talvez por vontade, talvez por nada. Dou um gole, não sei o que sinto, nem tenho mais vontade de continuar a tomar. Tento relembrar o que estava fazendo na sexta para dar continuidade a algo que talvez seria excitante. Mal começo a desenvolver e já acabei a "nova" brincadeira. Queria que aquilo durasse mais, talvez ficasse mais animado caso os "quebra-cabeças" fossem mais relevantes, fossem mais desafiadores. Penso novamente que preciso mudar.
O incerto me deixa perdido, pensar nas mudanças de vida me deixam um tanto quanto preocupado e ao mesmo tempo com vontade de pisar cada vez mais fundo no acelerador para que aconteça logo. O "medo" do novo, que tanto conversei na terapia, me faz relembrar cada dia que frequentei aquela pequena sala, conversando com alguém que de desconhecida, passei a considerar praticamente uma amiga de anos. Me lembro, em diversos momentos, de cada palavra dita naquela sala, em meio ao silêncio que deveria consumir minha alma mas me fazia falar mais e mais. Me sentia uma matraca velha falando de diversas coisas que me incomodavam e me atormentavam.
Depois de relembrar cada momento na terapia, parei para pensar que deixei de escrever. Pensamentos a milhão, diversas ideias na cabeça e de repente me veio uma vontade maluca de escrever, mas infelizmente foi durante o dia. Passei a tarde tentando me lembrar sobre o que queria escrever, mas me esqueci completamente sobre o que havia pensando nessa manhã. Algumas ideias passavam como faíscas, mas foram pequenos flashes que não trouxeram toda a ideia de volta. Comecei a pensar se existe alguma razão para não ter mais ideias que me fazem ter vontade de escrever e nada me veio a mente.
Percebi que depois de dois anos escrevendo aqui, pela primeira vez não tenho vontade de escrever sobre algo realmente relevante, sobre algo que foi diferente em minha vida. Talvez porque seja fácil falar sobre ódio, sobre as coisas que não gosto. Sinto que algumas coisas mudaram em minha mente depois que falei sobre algumas coisas, sinto um certo vazio, sinto que deixei algo em algum lugar e não consigo mais encontrar.
Profundo Yama, mas estou começando a sentir esse marasmo, essa monotonia... Que consome e simplesmente não dá vontade de fazer nada pra mudar.
ResponderExcluirÉ foda, mas aqui é que procuramos nossos amigos, e nos ancoramos nessas pequenas felicidades para poder respirar um pouco mais!
É véio, preciso mudar urgentemente. Preciso mesmo.
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