Será o fim?

Hoje eu seria capaz de cometer suicídio ou um assassinato, meu sangue fervia, minhas mãos tremiam, meu ódio me consumia por inteiro. Senti pontas agudas na cabeça, acho que perdi diversas veias para pequenos derrames que consumiram todo meu bom senso. Eu não me ouvia mais, minhas palavras pareciam ser cuspidas mas não ouvidas, realmente nem eu mesmo me ouvia mais. Meus dentes rangiam, meus ombros doiam de tanta força que colocava sobre eles, não tinha mais controle sobre meus braços, meu maxilar parecia querer saltar de minha boca ou explodir mesmo.

Minha visão parecia o próprio inferno, além de queimar estava turva, me sentia como se estivesse debaixo d'água, me sentia como se tivesse algo ofuscando-a. Não via mais claridade, acho que só enxergava vermelho, minha quebrar algo, mas nada estava ao meu alcance.

Queria bater minha cabeça contra a parede, mas ela já estava doendo demais. Queria dar socos na parede, mas acredito que ela não aguentariam tanto ódio e raiva. Queria ter um "baseado" na mão para queimar os poucos neurônios que me restavam, ter uma enorme queda de pressão a ponto do coração parar.

Senti uma enorme vontade de me levantar, pegar a cadeira e arremesá-la nas costas de alguém. Gostaria de quebrar cada vértebra de sua coluna, moer cada pedacinho para que nunca mais pudesse ficar em pé. Cheguei a ter vontade de rasgar sua cabeça para enfiar um livro dentro, quem sabe assim teríamos uma mente mais sã.

Tentava respirar, estava difícil, tentava me acalmar, ficava pior ainda, tinha vontade de gritar, de ter um surto psicótico pior do que o primeiro que tive. Preferia mil vezes enfartar a sentir o ódio que senti. Apesar de dizerem que a dor é enorme, acredito que seja bem menos pior que sentir o ódio que consigo sentir. Senti vontade de pegar um teclado e arrebentar aquela cabeça, era meu único pensamento naquele momento tão crítico do dia. Queria ver as teclas voando e formando "fuck you" assim como no filme O procurado. Queria ver sangue jogando, queria ver dentes quebrados, uma cabeça aberta e um corpo caído...