Tem coisas que ouvimos que nos deixam transtornados, mas não me deixou tão transtornado assim. Acho que fiquei louco, mas não muito maluco. Talvez esteja confuso, mas totalmente. O fato é que fiquei puto de verdade, mas prefiro pensar que não.
Fumei 3 caixinhas de Marlboro, tomei 4 ou 5 copos de capuccino, respirei, falei alto, resmunguei, xinguei, mandei tomar no cu, mas nada adiantou. Continuo na obsessão de que o mundo acabe em cinzas. Fico preocupado com meu sobrinho, o mundo não pode acabar tão cedo. Confusão é pouco em meio do caos que está estabilizado no mundo em que vivo, que não é o mesmo mundo onde vivem vocês e muito menos os seres humanos.
Às vezes acho que estou ficando louco, paro, penso, resmungo mais um pouco e gostaria muito de acreditar que estou entrando em parafuso. Percebo somente que a cada dia ando mais nervoso, mais estressado, mais puto, menos calmo. Aliás, calmaria é algo que já não sei mais o significado. Penso que todos que se foram tomaram a decisão correta e os que ficaram estão sentindo a armagura do que todos já sabiam. Cada dia que se passa em meu mundo, tenho mais vontade de destruí-lo e criar outro. Preciso de novos ares, novas emoções, novas aventuras, novos mistérios. Tudo me cansa, tudo já me cansou, tudo me enoja, tudo me estressa. As palavras já não são mais as mesmas, estão cada vez mais difíceis de serem compreendidas.
Falta atitude, falta coragem, falta ódio, mentira, ódio nunca faltou, apenas é o que restou de fato. Meu coração talvez não tenha mais forças para bater no dia de amanhã, o amanhã que está tão distante quanto o amor que já não mora mais ao lado. Minha cabeça dói mais a cada dia, sinto dores que não sentia, sinto tudo se destruindo. Tudo está virando cinzas, e não são de cigarro, são apenas as cinzas de tudo que está queimando, tudo que está sendo levado pelo vento.
Não ouço mais vozes, apenas escuto gritos, já praticamente emudecidos. As vozes quase não falam mais ou eu que quase não consigo mais escutar nada? Estou perdido, em meio ao fim do mundo, o caos me transtorna a cada dia, cada novo amanhecer já não é uma alegria. Enquanto uns rezam por dias de glória, outros apenas esperam o dia de amanhã. Eu já me cansei de esperar o dia de amanhã, o amanhã que não sabemos se existirá, o amanhã que alguns muito esperam, se tornou meu maior medo no dia de hoje. O amanhã é incerto, talvez seja a glória ou a ruína, tudo em um e ao mesmo tempo em nada. Nada é tudo que temos agora, nada será o que teremos amanhã. Surto? Talvez, quem sabe, só estudando um louco para entendê-lo, mas mesmo assim podemos não entendê-lo. O que será de nós?
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