Estou totalmente fora de controle como um caminhão desgovernado sem freio, estou parecendo um trem sem trilhos, um cantor sem voz.
A cada palavra pronunciada não sinto mais a harmonia que pairava sobre minha mente, a cada história contada sinto um pedaço de meu cérebro se perder no limbo.
Não sei mais que palavras utilizar, não sei mais que músicas cantar, não sei mais que vidas viver. Sinto que a cada dia que se passa estou mais próximo da loucura total, do caos total. Prefiro a loucura dos alucinógenos, do álcool, à sentir a loucura que estou vivendo no dia a dia, cada vez mais profundo, cada vez mais destemido.
Sinto que estou quase no fim do estopim, que a qualquer momento uma bomba nuclear poderá explodir e levar tudo que conheço desta vida. Sinto que a cada passo que é dado o corredor fica mais estreito e mais escuro.
Ainda ouço algumas vozes, vozes familiares e algumas desconhecidas. Olhares dispersos me perseguem durante a caminhada para o fim do mundo. Palavras que não fazem sentido são ditas durante todo o dia, olhares perdidos são lançados como se me perseguissem, como se procurassem uma resposta que não me pertence. Estou esperando o fim do mundo encostado em um barranco, cercado de uma muralha sem fim, apenas esperando o fogo queimar as poucas coisas que restam nesta vida indigna e ingrata. Claro que provavelmente sou o mais ingrato de todos, a única coisa que sei fazer é reclamar de tudo, é me injuriar com tudo, então que se foda o mundo e que tudo queime até chegarmos as cinzas.
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